As raízes que remontam a história do feminismo na humanidade podem ser desenterradas desde tempos antigos, como a Grécia. O movimento estruturado e intencionalmente desenvolvido, por outro lado, é considerado mais recente, sendo definido como três ondas iniciadas na modernidade.
Entenda como são definidas as três ondas da história do feminismo, e como evoluiu este importante movimento social que luta pela garantia de paridades a despeito do gênero de um indivíduo:
A primeira onda feminista: 1830 a 1900
A primeira onda do feminismo pode ser considerada um movimento incipiente que compreendeu sua posição social frente a uma perspectiva história. Já cientes da opressão de gênero intrínseca à sociedade, os movimentos políticos organizados de mulheres compreenderam que a obtenção de força suficiente para colocar pautas em prioridade deveria ser precedida de força política inicial.
Com estes priemiros passos, foi possível desenvolver pautas mais aprofundadas, como questões sexuais, econômicas e reprodutivas. Assim como na história do direito, a história do feminismo inicia-se por uma onda em busca de direitos políticos do indivíduo mulher. Essa primeira onda sedimenta a base para o desenvolvimento de um debate que é, ao mesmo tempo, mais amplo e mais profundo.
A segunda onda feminista: 1960 a 1980
É durante o pós-guerra que a chamada segunda onda feminista tomou sua maior forma, especialmente a partir de sua função econômica, que ganhou muito peso durante os período de guerra.
A organização da história do feminismo, neste ponto, confunde-se com a participação de grandes nomes femininos de outros movimentos (especialmente nos Estados Unidos), como grupos em busca de direitos de pessoas negras, asiáticas e latinas, bem como movimentos em busca de direitos homossexuais e anti-guerra – especialmente do Vietnã, no período em questão.
É neste momento em que se estrutura um movimento feminista verdadeiramente organizado, no sentido em que o poder político já havia sido conquistado no início do século, e o peso econômico destas mulheres incluídas na força produtiva primordial das nações ocidentais tornava suas demandas muito mais urgentes.
Trata-se de um processo de consolidação territorial, de forma que o feminismo se desenvolvesse como um participante de pautas que vão além da própria questão de gênero.
A terceira onda feminista: a partir de 1990
O que chama-se de terceira onda feminista é o movimento que pode ser entendido, na história do feminismo, como atual. Trata-se da difusão das pautas do movimento para o que se pode considerar uma ampla gama de questões da micropolítica.
Em outras palavras, trata-se do momento em que o feminismo se estabelece como uma matriz interpretativa de questões não diretamente relacionadas ao desenvolvimento da força política feminina como um fim, mas seu uso como um meio.
Isso envolve uma série de questões que envolvem a sociedade, como trabalho, ecologia, questões de gênero, causas acadêmicas e uma variedade de assuntos. Isso não relega a causa de combate às disparidades de gênero, por óbvio, mas é a consolidação a autoridade do movimento como um ator político no cenário global.
Obviamente, a terceira onda não representa o momento final na história do feminismo, pois claramente ainda há muito para ser buscado – incluindo as premissas mais básicas do movimento, que é o fim das disparidades. Sua existência, no entanto, dá força para que novas ondas, cada vez mais sofisticadas, surjam com espaço e força na sociedade – algo impensável há pouco mais de um século, quando a batalha ainda era ter alguma voz que fosse ouvida.
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