A boca de urna é uma pesquisa baseada em entrevistas com eleitores à medida que eles deixam (ou saem) seus locais de votação.
Para estimar o resultado de uma eleição num círculo eleitoral em particular, é retirada uma amostra das suas menores unidades de votação.
Muitas vezes estas são referidas como distritos ou locais de votação e pelo menos um entrevistador é atribuído a cada local da amostra.
Em uma base pré-determinada e sistemática, o entrevistador aborda pessoas que já votaram para obter uma entrevista. Entenda mais sobre o processo de boca de urna.
O que saber sobre a boca de urna?
Dependendo do número esperado de eleitores no local da amostra, o entrevistador pode se aproximar de cada terceira ou quinta pessoa que deixa o local de votação.
– O entrevistador geralmente entrega ao eleitor um questionário em uma prancheta e pede a ele que preencha o questionário, dobre-o e coloque-o em uma urna de pesquisa.
– Uma série regular de pesquisas nacionais é realizada no Brasil para as principais organizações de notícias nacionais.
A ideia de boca de urna começou na década de 1970, na forma de operações separadas de coleta de dados conduzidas por cada uma das principais redes de televisão.
– Essas operações separadas buscam ser consolidadas em uma única empresa de coleta de dados para economizar dinheiro.
Funcionamento da pesquisa de boca de urna
O questionário típico de boca de urna reúne três tipos de dados:
- Como o entrevistado votou na eleição
- Uma variedade de atitudes mantidas pelo eleitor, tais como as questões que foram importantes para determinar seu voto e sua filiação partidária
- As características demográficas do eleitor, como idade, sexo, raça e nível de educação
– Os dois últimos conjuntos de informações podem ser usados para explicar por que os entrevistados votaram da forma como o fizeram e que tipos de pessoas votaram em cada candidato.
– Esses questionários de boca de urna são relativamente curtos (com geralmente menos de 25 perguntas) e levam menos de cinco minutos para serem concluídos.
- As projeções da noite de eleição baseiam-se apenas em parte nas pesquisas boca de urna.
Diminuição de erro
Entrevistar as pessoas à medida que elas saem do local de votação supera muito do problema da declaração incorreta quando os entrevistados recebem as perguntas de forma não pessoal.
– Os analistas de boca de urna têm modelos estatísticos sofisticados para fazer suas projeções.
- Eles usam dados adicionais – além dos coletados nas pesquisas de boca de urna – incluindo dados históricos de votação, como participação no passado e divisão partidária do voto nos locais em que as entrevistas foram conduzidas.
– Os modelos de análise usam essas informações para avaliar os resultados das pesquisas de saída à medida que se tornam disponíveis, analisando se a participação é maior ou menor do que o habitual.
– Os modelos de projeção também empregam totais de votos, primeiro em locais chamados de “locais de amostra” – à medida que se tornam disponíveis, e depois à nível geral no país.
- É importante notar que, após os votos terem sido contados, os resultados são ajustados para corresponder aos resultados eleitorais reais, ou seja, dentro de uma margem de erro específica.
É desta forma que os dados podem ser usados para o seu propósito principal e, mais importante – para esclarecer por que a eleição se deu do jeito que ela aconteceu.
Dados para campanhas
Os dados coletados na pesquisa de boca de urna fornecem explicações poderosas para o porquê de as pessoas votarem da maneira que o fizeram – dizendo quais grupos demográficos principais votaram em quais candidatos e porquê.
- É desta forma que o resultado da eleição pode ser medido e relatado antes da hora, sem depender do “giro” partidário que os candidatos, suas equipes de campanha e especialistas políticos tipicamente colocam em interpretações do resultado eleitoral.
– Finalmente, as pesquisas de opinião fazem algo que as pesquisas pré-eleitorais não podem fazer: capturar a intenção de voto dos indecisos.
– Em 2016, 13% dos eleitores decidiram votar na última semana antes das eleições, segundo as pesquisas de boca de urna.
– As pesquisas de opinião enfrentam muitos desafios, especialmente devido à natureza cambiante de como e quando as pessoas votam. Esses desafios incluem mudanças na forma como as pessoas votam.
A percentagem de todos os eleitores que votaram antes do dia da eleição, aumentou de aproximadamente 16% dos eleitores nas eleições presidenciais de 2000 para cerca de 42% dos eleitores na eleição presidencial de 2016.
Recusa seletiva
Nem todos os eleitores convidados a participar de uma pesquisa de boca de urna concordam em preencher o questionário.
– As pesquisas de saída tentam também explicar a não-resposta, ajustando os dados usando características do eleitor que se recusa visivelmente observáveis, como gênero, idade e raça.
– No passado, os resultados das pesquisas de saída iniciais e incompletos às vezes eram vazados muito antes da eleição.
- Hoje, as principais organizações noticiosas concordaram em não divulgar nenhum dado de pesquisa de opinião que possa caracterizar o resultado antes que todas as pesquisas naquele local tenham fechado.
- O embargo é necessário porque uma amostra de boca de urna não é representativa de todo o eleitorado até que a pesquisa seja concluída no final do dia.
Desde 2006, a fim de evitar vazamentos antecipados de dados de pesquisas de saída, os responsáveis pela pesquisa de boca de urna têm acesso limitado a dados de pesquisas de opinião para um pequeno grupo de analistas até algumas horas antes do fechamento das pesquisas.
Regulamentações eleitorais
Ao longo dos anos, algumas autoridades eleitorais tentaram impor restrições em relação ao que seria chamado boca de urna, apontando que um grupo de pessoas que estivesse portando objetos de um candidato poderia influenciar a decisão de outras pessoas.
– Assim, se tornou restringido o uso de santinhos de eleição, roupas que invoquem candidatos (em grupos grandes de pessoas, podendo ser usadas individualmente) e atos que claramente busquem favorecer um candidato em específico.
As organizações de notícias mostram mais de meia dúzia de pessoa que tentaram impor candidatos na última eleição.
Finalmente, pesquisas de boca de urna também são usadas para outros fins. A técnica é frequentemente empregada para entrevistar frequentadores de cinema, usuários de bibliotecas ou visitantes de museus.
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