Política

Comunismo: principais características e conceitos

Marcadamente combatido pelo mundo capitalista durante a Guerra Fria, o comunismo é uma corrente ideológica no campo sócio-econômico, muitas vezes confundido na hora de discussões políticas.

O Brasil apresentou, durante décadas, uma política abertamente combativa em relação ao comunismo, o que torna boa parte do ideário a respeito do assunto viciado por preceitos que não são de análise – mas de rejeição. O resultado disso é um discurso empobrecido a respeito do debate, vindo tanto daqueles que defendem, quanto daqueles que rejeitam o comunismo.

Diferentemente do que muitos pensam, essa corrente não se resume a acabar com propriedades e concentrar poder. É necessário compreender o que realmente significa o comunismo e quais são seus desenvolvimentos para poder discutir o assunto com solidez.

Entenda melhor do que trata o comunismo, seus principais pensadores e características:

O que é o comunismo?

Embora o comunismo seja uma criação da modernidade – mais precisamente no pós-Revolução Industrial, no século XIX, sua ideologia busca retomar um princípio defendido ao longo da história humana por diversas correntes: a igualdade.

O desenvolvimento do capitalismo industrial reforça a desigualdade como força motriz para o crescimento do lucro: quanto maior a desigualdade, menos é necessário que se pague a um trabalhador, aumentando a margem de lucratividade e reforçando essa sistemática.

O comunismo surge do aprofundamento de ideias socialistas, que enxergam na busca da igualdade o ideal para acabar com os conflitos sociais de maneira definitiva, junto ao término da exploração da mão de obra e da miséria.

O sistema comunista

Um dos responsáveis por disseminar a ideia de uma sociedade comum livre da desigualdade foi Karl Marx que, junto a Friedrich Engels, desenvolveu uma análise social e histórica da luta de classes entre as diferentes sociedades.

Ao analisar estes constantes conflitos sociais, os autores determinam que a desigualdade leva à instauração de classes que entram em conflito em busca do estabelecimento de um status de manutenção social.

Para solucionar os constantes conflitos, seria necessário o desenvolvimento de uma revolução que rompesse com as estruturas vigentes. No caso do cenário do século XIX, com um amplo desenvolvimento da Revolução Industrial, isso significaria que o proletariado – classe mais explorada pelo sistema capitalista em benefício dos detentores de meios de produção – deveria derrubar o sistema vigente.

Isso significava a tomada do poder e a criação de um governo do proletariado, desapropriando posses privadas e colocando-as à disposição da sociedade como um todo. Este sistema deveria buscar, de forma constante, a igualdade. Quando a igualdade fosse atingida e os meios de produção já atuassem em benefício social, e não da burguesia concentrada, a necessidade do Estado chegaria ao fim, dissolvendo-se o comando do proletariado e, portanto, a necessidade de um Estado controlador. Essa nova etapa social, sem desigualdades e classes, seria chamada de comunismo.

Socialismo e comunismo são a mesma coisa?

Outro problema recorrente da falta de informação detalhada sobre o assunto, é o risco de confundir conceitos. Socialismo e comunismo não representam a mesma coisa, de acordo com a teoria marxista – dominante nas vertentes que seguem tais pensamentos.

Segundo Marx, o socialismo é um estado transitório da sociedade. Trata-se do referido momento no qual o proletariado passa a tomar o controle da produção em benefício de toda a sociedade. O socialismo é, para a teoria comunista, o momento em que o governo age em benefício da sociedade, buscando o fim da desigualdade, a cooperação e a término das classes sociais bem definidas. Há, portanto, um Estado com governo, que deve atuar de forma planejada.

O comunismo, por sua vez, seria o estágio final do desenvolvimento social. Trata-se de um ponto em que o socialismo teve sucesso e foi capaz de implementar a igualdade plena. Neste momento, os conflitos e opressões sociais não mais existem, e a necessidade de um Estado com governo controlador deixaria de existir.

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